presentada no Salão de Milão de 2010, a Honda Crossrunner, que chega agora às concessionárias européias, é uma espécie de SUV (Sport Utility Vehicle) em duas rodas. Com a proposta de reunir o melhor de dois mundos, a nova Crossrunner pretende mesclar a atitude e a flexibilidade de uma naked com a posição de pilotagem ereta de uma moto aventureira. O resultado é uma moto bastante versátil: divertida para deslocamentos curtos e urbanos; e confortável para uma viagem mais longa, desde que seja pelo asfalto. No fundo nada de muito novo, afinal, trata-se um nicho já explorado por outras fábricas, como a Ducati com a Multistrada 1200 e a Triumph com sua Tiger 1050.
Mas a Honda recorreu a uma receita caseira, aproveitando “ingredientes” disponíveis em sua linha. Misturou praticamente tudo da consagrada sport-touring VFR 800 para garantir a vocação estradeira da nova Crossrunner, porém vestida em um novo visual. Do motor, passando pelo quadro, suspensões e até mesmo os freios, são semelhantes aos utilizados na VFR. Claro tudo adaptado para a proposta “cross-over”.
Variável
O propulsor tem quatro cilindros em “V” dispostos a 90°. Com exatos 782 cm³ de capacidade e refrigeração líquida, teve seu comando de válvulas variável (o famoso VTEC da Honda) reajustado para oferecer torque em baixos e médios regimes e potência em altos giros. Os números de desempenho confirmam isso são 100 cavalos de potência máxima a 10.000 rpm e torque máximo de 7,4 kgf.m a 9.500 rpm. Porém a Honda garante que o moderno sistema VTEC funciona de forma a deixar disponível grande parte desta “força’ já a partir de 3.000 rotações.
Equipada ainda com embreagem multidisco em banho de óleo, a Crossrunner tem câmbio de seis marchas, com a última servindo como uma espécie de “over-drive”, ou seja, que permite manter a mesma velocidade com o motor girando menos. Ou seja, menos vibração e mais conforto para viagens. A transmissão final é feita por corrente.
Ciclística esportiva
O quadro também deriva da VFR: dupla trave superior construída em alumínio. A idéia é garantir assim mais estabilidade em altas velocidades e maior rigidez lateral reforçando a proposta cross-over da Crossrunner, daí seu nome.
A geometria das suspensões foi alterada, mas o garfo telescópico dianteiro tem especificações de uma sport-touring: 43 mm de diâmetro, porém com 120 mm de curso. Na traseira, um monoamortecedor com reservatório de gás com 119 mm de curso. Ambos ajustáveis.
Os freios, equipados com Combined-ABS, freios dianteiro e traseiro combinados com sistema antitravamento, também são dignos de motos esportivas. Tem disco duplo na dianteira com pinças de três pistões; e disco simples com pinça de dois pistões na traseira.
Conforto
Para proporcionar uma experiência diferenciada, a Honda equipou a Crossrunner com um largo guidão, no melhor estilo das big-trails. Proporcionando assim uma posição de pilotagem ereta, ainda que as pernas fiquem mais flexionadas como nas sport-touring.
Não se esquecendo da proteção aerodinâmica do piloto. Segundo a Honda, a Crossrunner passou por muitas horas de estudo em túneis de vento para que a pequena carenagem fosse mais eficiente e também para que o ar não causasse instabilidade na moto em altas velocidades.
Pensando no conforto, a Crossrunner traz ainda um banco largo e em dois níveis para que as viagens com garupa sejam mais confortáveis.
Para reforçar essa alma estradeira do novo modelo, a Honda oferece uma vasta gama de acessórios focados no mototurismo: desde um parabrisa maior, manoplas aquecidas e um completo jogo de malas laterais e top-case.
Com um desenho ousado, a Crossrunner marca a entrada da fábrica japonesa no segmento de motos “mistas”. Disponível na Europa, desde maio, a Crossrunner tem três opções de cores: branca, vermelha e preta.
Na Inglaterra, o preço sugerido é a partir de £ 9.075, cerca de R$ 24.000.
E, levando-se em consideração, o tempo que a Transalp XL700V demorou a desembarcar no Brasil, podemos afirmar que não há previsão de que a Crossrunner seja comercializada por aqui